segunda-feira, 25 de junho de 2012

O Plano de Carreira do Professor da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná, conquistado, em 2004, à duras penas pela categoria organizada pela APP-Sindicato - e reconhecido como um dos melhores do país - está sendo revisado.

Do Portal da APP Sindicato

Alteração do Plano de Carreira do Magistério: mais direitos!

Na Comissão que estuda adequações, houve avanços importantes. Entre eles, inclusão do mestrado e doutorado
 

O Plano de Carreira do Professor da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná, conquistado, em 2004, à duras penas pela categoria organizada pela APP-Sindicato - e reconhecido como um dos melhores do país - está sendo revisado. O trabalho está sob a responsabilidade da Comissão de Estudos para a Adequação dos Planos de Carreiras dos Professores pertencentes ao Quadro Próprio do Magistério (QPM) e dos Funcionários pertencentes ao Quadro de Funcionários da Educação Básica (QFEB), da qual a APP faz parte. Nesta quarta-feira (21), foi realizada mais uma reunião do grupo na Secretaria de Estado da Educação (Seed). Após o plano do QFEB, o debate se concentra, agora, nas mudanças na carreira dos professores. E as notícias são muito boas.
"O central das discussões foi o Plano de Carreira dos Professores, uma vez que o trabalho sobre o Plano dos Funcionários está praticamente concluído. Com relação ao Plano do QPM, conseguimos construir melhorias significativas. Entre elas, a criação das gratificações para o mestrado, equivalente a 15% do vencimento, e do doutorado, equivalendo a 20%. Ambas independentes do nível. Algo que sempre defendemos: a gratificação pelo mérito do estudo. Também conseguimos incluir os tempos de serviço como PSS e extraordinário para efeito de promoção e progressão imediata", informou a presidenta da APP-Sindicato, professora Marlei Fernandes de Carvalho.

Nesta reunião, a Comissão tratou também das adequações do texto para que sejam incluídas na Lei nº 103/2004 (Lei do Plano) uma nova conceituação sobre hora-aula. E o que muda? Em julho do ano passado, após uma intensa luta comandada pelo sindicato, as pedagogas e professores readaptadosconquistaram o direito de ter suas jornadas de trabalho contadas em hora-aula. No entanto, este direito ainda não constava no Plano, adequação que foi devidamente sugerida e acatada na Comissão.
Outra alteração relacionada à hora-aula se refere ao Artigo 30 da Lei do Plano. Nele, passará a ser garantido que a hora-aula do professor deve ser de até 50 minutos, evitando, assim, o risco de se repetir no Paraná o que já ocorre em alguns Estados, que alteraram arbitrariamente este tempo para 60 minutos. No mesmo debate sobre a jornada, a lei já prevê alteração no Artigo 31 e garante que a hora-atividade passa a ser de 33 % da carga horária do regime de trabalho do professor.
Outro item inserido no texto foi a reserva de vagas, nos concursos de ingresso, para os candidatos com deficiência e afrodescendentes. E não restrita apenas ao edital de abertura do concurso, mas em todas as suas etapas de ampliação de vagas para provimento no cargo de professor. Esta é uma garantia que também consta no plano de funcionários. E mais: passa a constar da lei oreconhecimento dos mestrados e doutorados, tanto para o recebimento de gratificação em qualquer nível, quanto para ascender ao Nível II(quando chegfar a classe 11 do Nível II), sem passar pelo Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE).
Também se encaminha para a regulamentação o atual Artigo 13, da Lei 103/2004, que trata dos afastamentos para curso de pós-graduação stricto sensu (desde que os mesmos sejam reconhecidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior [Capes] do Ministério da Educação). "Da mesma forma, fizemos um esforço para que os professores selecionados para o PDE tenham a liberação total da jornada para que possa fazer o programa. Isto resolve o problema criado para aqueles que têm um cargo de 20 horas e aulas extras", salientou a secretária de Formação da APP, professora Janeslei Aparecida Albuquerque.
E da mesma forma como está previsto no Plano do QFEB, foi acrescido um parágrafo ao Artigo 32, que define que os professores em exercício organizacional da Seed terão direito, além das férias, ao recesso remunerado de 15 dias no final do ano. "Todas estas alterações já foram objeto de intensos debates na Comissão e são, de fato, resultado de muitos anos de luta da APP. É a organização da vida funcional dos trabalhadores e trabalhadoras da educação e, com certeza, expressa um grau de conquista ao reconhecimento e valorização profissional", destacou Marlei. Além da presidenta e da secretária de Formação, também acompanharam o debate, pelo sindicato, o secretário de Funcionários da APP, José Valdivino Moraes, e o secretário de Municipais da entidade, Edilson Aparecido de Paula.

domingo, 17 de junho de 2012

2º Encontro do Curso de Formação Sindical do NS de Cornélio Procópio


ESCOLA DE FORMAÇÃO DA APP-SINDICATO


"Sem teoria revolucionária, não há movimento revolucionário"

Vladimir Ilitch Lenin Curso I



Turma de Formação Política Sindical Educacional


Aconteceu neste sábado, 16/06/12, no NS de Cornélio Procópio o 2º Encontro do Programa de Formação Política Sindical e Educacional para o ano de 2012. 














segunda-feira, 4 de junho de 2012

"Chegou o momento de construirmo-nos como povo livre e criativo e não mero eco da voz dos outros."

Do Portal Adital

Reinventando a educação 
 
Leonardo Boff
Teólogo, filósofo e escritor
Adital


Muniz Sodré, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é alguém que sabe muito. Mas o singular nele é que, como poucos, pensa sobre o que sabe. Fruto de seu pensar é um livro notável que acaba de sair: Reinventando a educação: diversidade, descolonização e redes (Vozes 2012).

Nesse livro procura enfrentar os desafios colocados à pedagogia e à educação que se derivam dos vários tipos de saberes, das novas tecnologias e das transformações processadas pelo capitalismo. Tudo isso a partir de nosso lugar social que é o Hemisfério Sul, um dia colonizado e que está passando por um instigante processo de neodescolonização e de um enfrentamento com o debilitado neoeurocentrismo hoje devastado pela crise do Euro.

Muniz Sodré analisa as várias correntes da pedagogia e da educação desde a Paideia grega até o mercado mundial da educação que representa uma crassa concepção da educação utilitarista, ao transformar a escola numa empresa e numa praça de mercado a serviço da dominação mundial.

Desmascara os mecanismos de poder econômico e político que se escondem atrás de expressões que estão na boca de todos como "sociedade do conhecimento ou da informação”. Melhor dito, o capitalismo-informacional-cognitivo constitui a nova base da acumulação do capital. Tudo virou capital: capital natural, capital humano, capital cultural, capital intelectual, capital social, capital simbólico, capital religioso... capital e mais capital. Por detrás se oculta uma monocultura do saber, aquele maquínico, expresso pela "economia do conhecimento” a serviço do mercado.

Hoje, projetou-se um tipo de educação que visa a formação de quadros que prestam "serviços simbólico-analíticos”, quadros dotados de alta capacidade de inventar, identificar problemas e de resolvê-los. Essa educação "distribui conhecimentos da mesma forma que uma fábrica instala componentes na linha de montagem”.

A educação perde destarte seu caráter de formação. Ela cai sob a crítica de Hannah Arendt que dizia: "pode-se continuar a aprender até o fim da vida sem, no entanto, jamais se educar”. Educar implica aprender sim a conhecer e a fazer; mas, sobretudo, aprender a ser, a conviver e a cuidar. Comporta construir sentidos de vida, saber lidar com a complexa condition humaine e definir-se face aos rumos da história.

O que agrava todo o processo educativo é a predominância do pensamento único. Os americanos vivem de um mito o do "destino manifesto”. Imaginam que Deus lhes reservou um destino, o de ser o "novo povo escolhido” para levar ao mundo seu estilo de vida, seu modo de produzir e de consumir ilimitadamente, seu tipo de democracia e seus valores de livre mercado. Em nome desta excepcionalidade, intervêm pelo mundo afora, até com guerras, para garantir sua hegemonia imperial sobre todo o mundo.

A Europa não renunciou ainda a sua arrogância. A Declaração de Bolonha de 1999 que reuniu 29 ministros da Educação de toda a Europa, afirmava que só ela poderia produzir um conhecimento universal, "capaz de oferecer aos cidadãos as competências necessárias para responder aos desafios do novo milênio”. Antes a imaginada universalidade se fundava nos direitos humanos e no próprio Cristianismo com sua pretensão de ser a única religião verdadeira. Agora a visão é mais rasteira: só a Europa garante eficácia empresarial, competências, habilidades e destrezas que realizarão a globalização dos negócios. A crise econômico-financeira atual está tornando ridícula esta pretensão. A maioria dos países não sabe como sair da crise que criaram. Preferem lançar inteiras sociedades no desemprego e na miséria para salvar o sistema financeiro especulativo, cruel e sem piedade.

Muniz Sodré em seu livro traz para a realidade brasileira estas questões para mostrar com que desafios nossa educação deve se confrontar nos próximos anos. Chegou o momento de construirmo-nos como povo livre e criativo e não mero eco da voz dos outros. Resgata os nomes de educadores que pensaram uma educação adequada às nossas virtualidades, como Joaquim Nabuco, Anísio Teixeira e particularmente Paulo Freire. Darcy Ribeiro falava com entusiasmo da "reinvenção do Brasil” a partir da riqueza da mestiçagem entre todos representantes dos 60 povos que vieram ao nosso país.

A educação reinventada nos deve ajudar na descolonização e na superação do pensamento único, aprendendo com as diversidades culturais e tirando proveito das redes sociais. Deste esforço poderão nascer entre nós os primeiros brotos de um outro paradigma de civilização que terá como centralidade a vida, a Humanidade e a Terra.

domingo, 3 de junho de 2012

"Devolver a decência à docência"

Do Portal Planeta Educação

Valorizar os professores traz melhores perspectivas para o futuro da educação
Francisca Romana Giacometti Paris

Alunos uniformizados subindo escadaria

No fim de 2010, o Ministério da Educação apresentou um projeto que estabelece quais são os objetivos da educação para esta década (2011-2020).

O texto traz vinte metas, que pretendem, ao longo do período, alterar a realidade das escolas no sentido de qualificar o atendimento, principalmente no ensino básico.

Todas as metas poderão ser atingidas desde que haja políticas públicas consistentes, continuidade dessas políticas e investimento na formação e valorização do quadro de professores.

O objetivo de assegurar a todas as crianças e jovens o ensino básico e permitir que eles concluam seu processo de escolarização básica pode continuar sacrificando a qualidade em função da quantidade.

Todavia, sabemos que a realidade das escolas poderá ser mudada se, sobretudo, as metas propostas estiverem apoiadas na confiança, na ação e no empenho dos professores.

Isso significa que, se os professores não acreditarem na força e na seriedade das políticas educacionais e não as efetivarem no contexto das escolas, o Plano Nacional de Educação (PNE) será apenas mais um plano bem intencionado, porém ineficaz.

Deve existir um projeto social e político que aponte, por meio de ações concretas, o desejo de se transformarem significativamente as metodologias e os conceitos que hoje determinam os fazeres escolares.

Ninguém ignora que é a intervenção pedagógica adequada dos educadores que faz quase toda a diferença na escola.

Todos defendem a ideia de que a atividade docente está cada vez mais complexa e exigente; no entanto, também é consensual a ideia de que a carreira docente com um estatuto social decadente, formação fragilizada e remuneração baixa não atrai à profissão os estudantes mais qualificados nem anima os melhores profissionais a se manterem nas escolas públicas.

Em um tempo em que nós, a sociedade como um todo e as autoridades educacionais buscamos uma escola que atenda mais e melhor à população que dela faz uso, é imprescindível que medidas palpáveis sejam estabelecidas a curto e médio prazo, a fim de tornarmos a carreira docente um pouco mais atraente.

É preciso que os jovens sejam motivados a serem professores e encontrem incentivo e sentido no magistério. Uma profissão que não consegue atrair os “bons” com certeza será ocupada por aqueles que, do ponto de vista profissional, não tiveram opções melhores.

Assim sendo, estaremos encaminhando pessoas desmotivadas à carreira docente, sem empenho e, sobretudo, que não acreditam que podem. Por isso mesmo, elas provavelmente não farão a diferença, uma vez que não “escolheram”, mas foram social e economicamente “escolhidas” para serem professores.

Valorizar o magistério é essencial para que os professores possam realizar suas tarefas com dignidade. É evidente que apenas oferecer um salário maior não irá comprometer nem qualificar o corpo docente, visto que possibilidades culturais e de lazer são também fundamentais; é imprescindível que haja políticas de ampliação das remunerações.

Isso, aliado a políticas de avaliação externa de docentes, discentes e gestores, que indiquem intervenções técnicas de nossos gestores públicos, a fim de dar saltos na qualidade da escola pública.

Para inverter o “desprestígio” da carreira de professor, é imperativo que se efetivem medidas claras de formação continuada dos docentes e, ao mesmo tempo, se definam com clareza novas condições para o exercício da profissão. O PNE 2011-2020 aparece em hora propícia e deseja o desenho de um novo projeto social para a escola pública.

Todavia, o primeiro e mais importante passo para tal empreitada é devolver a decência à docência. Pensando de um modo mais amplo, quais são os caminhos para melhorar a situação da educação brasileira?

Além de qualificar continuamente o professor, há mais três, que se complementam: continuar a melhoria da distribuição de renda, investir na formação pré-escolar, para que a criança chegue mais bem preparada à escola, e escolher materiais didáticos melhores, que dêem chance ao aluno de ter acesso a conteúdos de qualidade.

É claro que muitos professores desejam desenvolver seu próprio método de ensino e currículo, mas, no caso principalmente dos docentes com baixa qualificação profissional, esta é a verdadeira receita para o fracasso. Isso porque a construção de um fazer pedagógico deve apoiar-se em um material didático cuja função seja instrumentalizar e orientar o educador para a reflexão e a tomada de decisões direcionadas ao aprendizado. E isso é o que o sistema de ensino faz.

Materiais didáticos estruturados (ou “sistemas de ensino”) são cadernos de uso individual que organizam o currículo da escola e os conteúdos das disciplinas, aula a aula.

Podem ainda orientar os professores e acompanhar o desempenho dos alunos, o que otimiza o aproveitamento do tempo em sala de aula, favorece o estudo do aluno em casa e incrementa o domínio do conteúdo pelo professor.

Isso porque um sistema estruturado de ensino configura-se como um conjunto de soluções que vão além do material didático. Ele inclui, por exemplo, tecnologias educacionais, portal educativo, formação continuada de professores, avaliação e acompanhamento da aprendizagem do aluno, entre outras, as quais, juntas, resultarão em um melhor desempenho escolar.

A grande diversidade de sistemas de ensino em uso traz a inevitável preocupação com a qualidade, necessariamente vinculada a um adequado projeto pedagógico e editorial, cuidadosa produção e revisão do conteúdo.

Não cabem improviso, reutilização de materiais segregados ou adaptações de conteúdos planejados para outras finalidades.

As soluções que atendem às necessidades dos professores e alunos devem ser trabalhadas de forma precisa, desde o planejamento editorial até a produção gráfica.

Em educação, não há uma solução milagrosa para tudo. É preciso combinar diferentes alternativas e esforços.

Sem a cooperação do poder público – gerando políticas eficazes –, da iniciativa privada – produzindo conteúdos de qualidade para alunos de todas as classes sociais – e das associações de classe – auxiliando na formação continuada –, permaneceremos chorando sobre o leite derramado. Ou melhor, sobre os tristes índices da nossa educação.

Francisca Romana Giacometti Paris é pedagoga, mestra em educação, diretora pedagógica do Ético Sistema de Ensino (www.sejaetico.com.br), da Editora Saraiva, e ex-secretária de Educação de Ribeirão Preto (SP).

sábado, 2 de junho de 2012

Curso de Formação Sindical começa no NS de Cornélio Procópio


ESCOLA DE FORMAÇÃO DA APP-SINDICATO


"Sem teoria revolucionária, não há movimento revolucionário"

Vladimir Ilitch LeninCurso I

Turma de Formação Política Sindical Educacional


Começou hoje, 02/06/12, no NS de Cornélio Procópio o Programa de Formação Política Sindical e Educacional para o ano de 2012.

O objetivo do curso é dar continuidade ao trabalho formativo a partir dos homenageados no XI Congresso Estadual e um maior aprofundamento dos temas e conteúdos do curso de formação. Neste sentido, a formação política é elemento essencial para compreender as relações sociais, políticas, econômicas e culturais que intrinsecamente estão presentes na sociedade.

O núcleo sindical de Cornélio Procópio está realizando uma formação inicial de lideranças de base, com as turmas organizadas seguindo o modelo do programa da turma estadual.

A programação do NS de Cornélio está voltada para ofertar mais e melhores condições para a atuação sindical no dia a dia da escola, oferecendo conteúdos para o entendimento de como funciona a sociedade, o desenvolvimento do processo de consciência, as lutas e elaborações do sindicato, levando a reflexão e o amadurecimento da escola que queremos.

O Núcleo Sindical de Cornélio Procópio está promovendo os cursos de forma descentralizada a fim de atender o maior número possível de trabalhadores da educação, ocorrendo na sede em Cornélio Procópio, em Bandeirantes e em Congonhinhas.


Segue abaixo as fotos do evento de hoje em Cornélio Procópio, que aconteceu nas dependências do Colégio Estadual Zulmira Marchesi da Silva.