terça-feira, 31 de janeiro de 2012

REUNIÃO DE ORGANIZAÇÃO E MOBILIZAÇÃO PARA 2012

APP-SINDICATO NS CORNÉLIO PROCÓPIO

Profª. Sidineiva -
Presidenta APP- Sindicato NS de C. Procópio
O NÚCLEO SINDICAL DE CORNÉLIO PROCÓPIO DA APP-SINDICATO realizou nesta terça-feira, 31 de janeiro, reunião ampliada com a finalidade de preparar e definir o calendário de organização e mobilização referente ao ano de 2012.

No início dos trabalhos, durante o período da manhã, na sede da APP C. Procópio, tivemos a abertura dos trabalhos, feita pela Presidenta da APP- Sindicato, NS de C. Procópio, Profª. Sidineiva Gonçalves de Lima, que expôs as orientações para a atuação dos companheiros e companheiras da direção nos estabelecimentos de ensino neste início de ano letivo.

A Profª. Sidineiva apontou alguns assuntos relevantes para que o trabalho nas escolas se efetive de maneira o mais positiva possível, como:

- a necessidade premente de organização do discurso, e produção de material de apresentação da APP para divulgar adequadamente a “APP NA ESCOLA”, que ocorrerá no dia 03/02; 
- eleição dos representantes de escola;
- Cronograma para estudos e aperfeiçoamento sobre os mais variados assuntos, com atenção especial de estarmos ouvindo os profissionais da educação nas escolas, a fim de trazermos para o debate temas pontuais;
- dinamização das informações através dos mecanismos de imprensa e divulgação (e-mail, facebook, twitter e blog);
- distribuição materiais e organização da escala de visitas dos/as dirigentes às escolas;
- encaminhamento de nossa pauta à imprensa regional, esclarecendo sobre sobre o ato público do dia 09 fevereiro* - paralisação parcial neste dia com aulas de 30 minutos e atos públicos regionais.
- organização de representação para o seminário estadual sobre o PSPN no dia 16 fevereiro; etc.

Logo depois da fala da Profª. Sidineiva, foi apresentada a companheira Silvana Prestes, membro da direção estadual da APP-Sindicato, que se deslocou de Curitiba ao NS de Cornélio Procópio objetivando realizar uma interlocução mais próxima entre as instâncias sindicais.

Profª. Sidineiva e Silvana Prestes

A dirigente Silvana discorreu por cerca de uma hora e meia tratando dos mais variados temas e assuntos, dirimindo diversas dúvidas dos presentes, esclarecendo assim muitas questões levantadas durante o encontro matutino.

Após o intervalo do almoço a reunião foi retomada e se estendeu até as 17h. No período da tarde, foi sistematizada a pauta de trabalho do Núcleo Sindical referente ao primeiro semestre de 2012. (em breve esta pauta estará disponibilizada aqui em nosso blog).








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*IMPORTANTE:

Do Portal da APP-Sindicato

Grande mobilização dos educadores em defesa da hora-atividade


Dia 9 de fevereiro, vamos mostrar ao governo do Estado que exigimos um terço da jornada como hora-atividade
Os educadores da rede estadual vão realizar uma grande mobilização em todo o Estado no dia 9 de fevereiro para cobrar do governo a implantação de um terço de hora-atividade, previsto na Lei do Piso. Aproveitaremos o início do ano letivo, para deixar bem clara nossa posição. Será uma grande ação em defesa também da saúde para os trabalhadores, qualidade para a educação, 10% do PIB para a educação, implementação da correção do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN de 22,22%) e melhorias na carreira dos funcionários. Para tanto estão previstos atos públicos regionalizados e aulas de 30 minutos na data.

A atividade foi definida na Assembleia Estadual da APP, realizada no dia 17 de dezembro, em Curitiba, que também estipulou o calendário de ações nos três primeiros meses de 2012. Em fevereiro, além da grande mobilização do dia 9, estão previstos: APP na Escola (no dia 3), com debate do material da Semana Pedagógica e eleição dos representantes, e, no dia 16, Seminário Estadual de Professores Estaduais e Municipais sobre a Efetivação da Lei do Piso. Entre os dias 27 de fevereiro e 2 de março, haverá reunião dos conselhos regionais ou assembleias regionais nos Núcleos Sindicais. Para março, estão previstas atividades do Dia Internacional da Mulher (no dia 8), com a temática da reforma agrária, contra os agrotóxicos e pelo fim da violência contra as mulheres.

Greve
 - Em sintonia com o movimento nacional capitaneado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), para março está programada para o Paraná a integração ao movimento nacional de greve, para uma cobrança mais incisiva do direito garantido pela Lei do Piso (11.738/2008). O movimento, entre os dias 14 e 16 de março, terá como eixos o pagamento do PSPN, a carreira dos profissionais da educação e o investimento, imediato, de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação pública.

Materiais
 - A APP elaborou uma série de materiais para divulgar e fortalecer a nossa mobilização: Jornal 30 Agosto - Edição Pedagógica, encarte de mobilização, Jornal Mural, carta à comunidade, cartazes e atas para eleição de representante de escola, adesivos para carro e para peito e camisetas. Eles devem estar chegando aos Núcleos Sindicais na próxima semana. Divulgue este material em sua escola e utilize-o.

No dia 3, reserve um tempo suficiente para fazer o debate do material da APP em sua escola. Discuta com professores e funcionários a organização da mobilização do dia 9. Consulte seu Núcleo Sindical para organizar os atos regionalizados em defesa da ampliação da hora-atividade. Aproveite o momento para discutir todo o calendário de mobilização.

Representantes de escola 
- No mesmo dia 3, organize a eleição dos representantes da APP em sua escola. Após a eleição, preencha as atas (para professor e para funcionário) encaminhadas pelo sindicato através do Correio e também disponíveis no site da APP. 

Carta à comunidade 
- A APP elaborou uma carta para ser entregue aos pais, mães e demais responsáveis pelos nossos estudantes explicando as razões do nosso movimento. Esta carta está disponível no site da APP e nos Núcleos Sindicais.

Cada Núcleo Sindical realizará de 27/02 a 02/03, reunião com representantes de escola. Consulte a data em seu NS e garanta a representação da sua escola.

Calendário de Mobilização
* 25 a 31/01 - Reunião ampliada das direções dos Núcleos Sindicais, para organização da mobilização    
* 03/02 - APP na Escola: debate do material da semana pedagógica e eleição dos representantes de escola
* 09/02 - Mobilização estadual pela hora-atividade ampliada, saúde, qualidade para a educação, 10% PIB e PSPN, com atos públicos regionalizados e aulas de 30 minutos
* 16/02 - Encontro de professores estaduais e municipais sobre a Lei do Piso
* 27/02 a 02/03 - reunião dos conselhos regionais ou assembleias regionais nos Núcleos Sindicais
* 08/03 - Atividades do Dia Internacional da Mulher 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ATIVIDADES DA APP-SINDICATO NS-CORNÉLIO

URAÍ
Acontece nesta sexta-feira (27/01) às 14h uma reunião com a comissão de negociação do município de Uraí e com a nova Secretaria municipal de educação Professora Ângela Salgado Zechim. Serão tratados assuntos ainda pendentes referentes ao ano de 2011, inclusive reivindicação das monitoras.

NOVA AMÉRICA DA COLINA
Ainda nesta sexta-feira (27/01), a partir às 16h, será realizada uma reunião com a comissão de negociação do município de Nova América da Colina para estudos do novo Plano de Cargos, Carreira e Remuneração. 
***
Estas reuniões serão conduzidas pela Professora Sidineiva Gonçalves de Lima (Presidente) e as professoras representantes da comissão de negociação dos municípios correspondentes.

RIBEIRÃO DO PINHAL
Ocorreu no dia 26/01, a partir das 9h30min, reunião no município de Ribeirão do Pinhal entre a Comissão de negociação municipal (juntamente com a APP-Sindicato) e Secretaria de educação, que objetivou finalizar o Plano de Cargos.
Estiveram presentes: pela APP-Sindicato a Professora Sidineiva Gonçalves de Lima (Presidente);  pela comissão municipal as Professoras Adriana Márcia Flores, Glória de Fátima Pereira, Sandra M. P. Santos, Regiane A. B. S. Carvalho e o Professor Jorge Tadeu dos Santos; pela secretaria municipal participaram Reginaldo Terra (secretário) e as coordenadoras pedagógicas as Professoras Terezinha Campos e Marta. Foram discutidos alguns pontos sobre o texto, que foram acolhidos pela comissão e que serão enviados para o executivo do município e para a direção da APP-Sindicato para avalição. Estamos na reta final para a aprovação do PCCR deste município, após alguns anos de negociação.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Nova nomeação de professores

Do Portal da APP-Sindicato

25/1/2012

Assinado decreto de nomeação de 9.516 professores

Nomeação é resultado da luta da categoria, através da APP, que conseguiu ampliar validade e o número de vagas do concurso de 2007
O decreto de nomeação dos mais de 9.500 professores aprovados no concurso de 2007 para o magistério estadual foi assinado na manhã desta quarta-feira (25). Caso a assinatura não ocorresse nesta data, os nomeados só receberiam seus salários em março. Agora, o grupo deve estar atento a publicação do cronograma de assinatura do termo de posse. Ela ocorrerá nos Núcleos Regionais de Educação (NREs). 

A nomeação destes educadores é resultado de uma longa negociação mantida entre APP-Sindicato e o Poder Executivo, e que começou com a conquista do certame em 2006, ainda na gestão do anterior governo estadual. Em 2010, a entidade conseguiu prorrogar a validade do concurso por mais dois anos. Em 2011, a vitória foi a importante conquista da ampliação de vagas: foram mais 11.380.

Nas próximas semanas o governo deverá fazer um balanço das vagas que não foram ocupadas. Em seguida, o Estado publicará novos editais de chamamento para a realização de exames médicos daqueles aprovados no concurso, seguindo a lista de classificação. A 
APP-Sindicato continuará acompanhando todas estas etapas.

Leia também:
:: Concurso de 2007: sai resultado da avaliação médica
:: Edital nº 121/2011 
:: Anexo I - Aptos 
:: Anexo II - Ausentes 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

PROUNI: A "DESELITIZAÇÃO" DA UNIVERSIDADE

Da Rede Brasil Atual

Dilma defende Enem como “deselitização” da universidade



Dilma defende Enem como “deselitização” da universidade
São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff aproveitou cerimônia nesta segunda-feira (23) ao lado do ministro da Educação, Fernando Haddad, para reagir às críticas feitas nos últimos meses ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
“Quero fazer a defesa do Enem como a forma mais democrática de acesso dos jovens brasileiros ao ensino universitário”, afirmou Dilma, durante cerimônia pela concessão de um milhão de bolsas de estudo do Programa Universidade para Todos (ProUni). O ato transformou-se em uma despedida antecipada de Haddad, que deixa Brasília nesta terça-feira (24) para ser o candidato do PT à prefeitura de São Paulo. 
“Acredito que o Enem é o exemplo da determinação do ministro Fernando Haddad no sentido de assegurar uma transformação e uma deselitização do ensino universitário no Brasil.” Dilma também fez questão de lembrar da mudança no foco da educação iniciada no governo Lula, deixando de enxergar cada nível como separado dos demais e apostando na valorização de todos os ciclos. “Hoje achamos óbvio (...). Teve uma época que esse foi o tema da discussão e isso explica por que nossas universidades foram sucateadas.”
Mais tarde, em conversa com jornalistas, Dilma informou que a ideia é que duas edições do Enem sejam realizadas em 2013. O cancelamento da prova em abril deste ano foi o último motivo para críticas ao trabalho de Haddad. O ministro culpou a decisão judicial que deu acesso de estudantes a provas do exame realizadas no ano passado pela dificuldade em realizar duas edições já neste ano.
O Enem entrou no centro das críticas desde que teve alterado seu objetivo, deixando de ser um instrumento para estabelecer uma espécie de ranking de universidades para ser o principal método, em termos numéricos, para o acesso ao ensino superior. A nota do Enem vale para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que dá vagas em universidades federais, e para o ProUni, que distribui bolsas de estudo em instituições privadas. 
Nas últimas semanas, as críticas ganharam força com a confirmação da saída de Haddad para ser candidato em São Paulo. Alguns veículos de comunicação consideram que o fato de ser novato em disputas eleitorais pode ser a grande fraqueza do ministro, apesar de não haver denúncias sobre sua atuação política. 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Educação impõe virada de página

Via Portal Nassif

O papel da educação no desenvolvimento brasileiro


Do Correio Braziliense
Correio Braziliense - 19/01/2012
Em uma década, o Brasil dobrou o número de alunos matriculados em cursos superiores. Mas o contingente atual, de 6,4 milhões, ainda representa apenas 15% da população com idade entre 18 e 24 anos. As evidências são de que urge acelerar o aumento da escolaridade. E não há tempo a perder: em três anos, o país deverá alcançar o posto de quinta potência econômica mundial — chegar lá com nível educacional tão atrasado será, mais do que vergonhoso, comprometedor para a sustentabilidade do desenvolvimento nacional.
O avanço dos últimos anos se deveu à mudança de enfoque na política de governo, com a educação passando a ser vista como eficaz meio de crescimento, e também à melhoria de vida das pessoas. Superadas décadas de crise, com estagnação, hiperinflação e altas taxas de desemprego, o cidadão não só foi às compras: para melhorar a renda, investiu no próprio aprendizado, suprindo parte da deficiência do Estado. O resultado do dever de casa cumprido é promissor. Estudo da Fundação Getulio Vargas mostra que, a cada ano de estudo adquirido, o brasileiro engorda o salário em cerca de 15%.
p>A equação igualmente vale para o Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no país. O PIB cresce até 7% a cada ano de escolaridade somado pela população, graças à ascensão social e à melhoria das condições de investimento, inclusive em novas tecnologias. A questão é que tantas vantagens ainda são insuficientes para motivar as autoridades a promover a revolução educacional necessária. Lançado no ano passado, o Plano Nacional de Educação (PNE) é desanimadoramente tímido: prevê chegar a 2020 com pouco mais de um terço (33%) dos jovens de 18 a 24 anos na faculdade.
Pior que a realidade quantitativa é a qualitativa. Levantamento da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, equipara a produtividade do nosso trabalhador à que os japoneses tinham em 1964, perto de meio século atrás. A tragédia é simples de entender: 90% dos estudantes brasileiros não têm conhecimentos mínimos de matemática e a 62% falta habilidade para ler textos longos. Com a crise lá fora e a proximidade do pleno emprego aqui dentro, a atração de mão de obra, ou seja, a concorrência estrangeira no mercado de trabalho, passa a ser risco extra para o brasileiro. A conjuntura já leva o setor privado a investir em qualificação, mas mesmo esse esforço é incipiente.
Desde domingo, o panorama crítico da educação nacional vem sendo rigorosamente traçado nas páginas do Correio. A série de reportagens chega hoje ao fim, compondo o complexo retrato do desafio imposto ao país. Até cumprir a exigência do Ministério da Educação (MEC) de que universidades e centros universitários tenham pelo menos um terço do quadro de professores formado por mestres ou doutores está difícil de atender. Afinal, só temos 1,4 doutor para cada mil habitantes, ao passo que mais de 60% da população estão enquadrados na categoria de analfabetos funcionais. Para completar, a sexta maior economia do planeta é a 47ª em inovação. Ou viramos essa página, ou seremos nós a ficar para trás.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Justiça do Paraná deveria determinar a mesma coisa

Por Zé Augusto


Justiça dá 72 horas para governador tucano de SP cumprir jornada do piso

Lei garante que 33% da jornada dos professores sejam utilizados para atividades extraclasse

O juiz da 3.ª Vara da Fazenda determinou nesta quarta-feira, 18, que a Secretaria Estadual da Educação de São Paulo cumpra em 72 horas a liminar concedida ao Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado (Apeoesp), em novembro, exigindo que o governo aplique a jornada da Lei do Piso (Lei 11738/2008).

A lei garante que 33% da jornada sejam utilizados para atividades como correção de provas, preparação de aulas, formação profissional e outras atividades. A partir de agora, não cabe mais recurso por parte do governo.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Em audiência ministro da educação afirma que a correção do valor do piso salarial profissional nacional do magistério seguirá a lógica da Lei 11.738

DO PORTAL DA CNTE
Haddad afirma que reajuste do Piso seguirá Lei Federal

Porém, novo valor só será anunciado em meados de fevereiro
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O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse ao presidente da CNTE, em audiência nesta manhã do dia 12, que a correção do valor do piso salarial profissional nacional do magistério seguirá a lógica da Lei 11.738, porém, que por decisão de Governo, o reajuste só será anunciado em meados de fevereiro, a exemplo do que ocorreu em 2011.

A CNTE tem pressionado o MEC a fazer o anúncio do reajuste do PSPN, uma vez que a Lei do Piso define o mês de janeiro como base para incidência do novo valor.
Desde 2010, o Ministério da Educação assumiu o compromisso de anunciar valores a serem seguidos pelos entes federados como forma de unificar o percentual e o valor de referência nacional, não obstante o critério de reajuste da Lei ser autoaplicável.

Vale lembrar, sobre a questão do valor do PSPN, que a CNTE não concorda com a fórmula de reajuste empregada pelo MEC, pois a mesma atrasa em um ano a atualização real do Piso. Contudo, a sistemática mantém relação com o custo aluno do Fundeb, conforme determina a Lei 11.738, devendo ser assegurado para o ano de 2012 um percentual de 22,22%. Outra questão que diferencia os valores defendidos pela CNTE dos anunciados pelo MEC, diz respeito à primeira incidência do reajuste, que para os trabalhadores refere-se ao ano de 2009, e para o MEC o de 2010.

Diante das controversas sobre o valor do Piso, em 2012, o valor defendido pela CNTE é de R$ 1.937,26 contra R$ 1.450,75 que o MEC deverá anunciar em fevereiro próximo.

Conforme temos acompanhado na mídia, a pressão de governadores e prefeitos contra o percentual de reajuste de 22,22% é grande, razão pela qual a categoria deve manter-se mobilizada para fazer valer esse direito retroativo ao mês de janeiro. A CNTE também acompanhará com atenção os trabalhos no Congresso Nacional, a fim de evitar qualquer outra manobra que atente contra a fórmula de reajuste definida na Lei 11.738.

A luta pela plena e efetiva implantação do Piso é a pauta principal da Greve Nacional da Educação, que ocorrerá de 14 a 16 de março. Os sindicatos filiados também devem aprofundar as estratégias para pressionar os gestores a cumprirem a Lei, ainda que por vias judiciais, em toda sua dimensão. Recentemente, a Apeoesp/SP garantiu, em decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, o cumprimento imediato da jornada com no mínimo 1/3 de hora-atividade para todos os integrantes do magistério público estadual. A decisão é uma importante jurisprudência para outras ações em níveis estadual e municipal. (CNTE, 12/01/12)

Confira, abaixo, os históricos de reajuste do valor do piso.

PSPN/CNTE
AnoValor
 Reajuste
 2008    R$ 950,00-
2009R$ 1.132,40  19,2%
2010R$ 1.312,85      15,93%
2011R$ 1.597,8721,71%
2012R$ 1.937,2621,75%
PSPN/MEC
AnoValor Reajuste
2008    R$ 950,00-
2009R$ 950,00 0%
2010R$ 1.024,67    7,86%
2011R$ 1.187,0015,84%
2012R$ 1.450,7522,22%*
* Percentual a ser confirmado pelo MEC. 

Educação do futuro e futuro da educação

Via portal nassif

Vantagens e desvantagens da educação à distância

Por Erik M
Do Correio Braziliense
Educação do futuro e futuro da educação
Autor(es): Jorge Werthein
Correio Braziliense - 14/01/2012
Doutor em educação pela Universidade Stanford (EUA), foi representante da Unesco no Brasil (http://jorgewerthein.blogspot.com)
Escolas em diversos países, entre eles o Brasil, se adaptam aos novos tempos e, por novos tempos, entenda-se, em muitos casos, a adoção de novas tecnologias na educação. Computadores e programas aparecem como alternativas inovadoras aos tradicionais quadros-negros e livros impressos. Notebooks, tablets, lousas eletrônicas, associados a vídeos, jogos interativos, podcasts seduzem gestores, educadores, estudantes. No ensino a distância, os novos recursos parecem ainda mais promissores. A educação do futuro bate à porta das escolas e, com ela, indagações sobre o futuro da educação.
Afinal, como se sabe, educar em consonância com a atualidade não se limita a oferecer, em sala de aula, o que há de mais moderno em tecnologia da informação e da comunicação. É o caso, portanto, de discutir o que esperar dessa tecnologia. Ela, de fato, beneficia o processo de ensino e aprendizagem? Como? Quanto? O debate está em curso há anos, mas permanece inconclusivo. Enquanto isso, mundo afora, hardware e software diversos disputam a atenção (e os recursos financeiros) de instituições educacionais do nível fundamental ao superior.
Como em todo debate, há prós e contras em cena. Entre os benefícios, pode-se destacar, por exemplo, a economia dos cursos on-line. Eles exigem menos mão de obra (especialmente em médio e longo prazo), dispensam locomoção e vários procedimentos logísticos, dispõem de recursos audiovisuais mais sofisticados, ampliam opções de cursos (ainda que alguns ainda não possam abdicar de aulas presenciais) sem que, para isso, sejam necessários elevados recursos financeiros. Basta imaginar os custos de construção e manutenção de um prédio e tem-se uma ideia da economia que representam aulas virtuais.
Essa incrementada educação a distância também parece ser a alternativa natural para milhões de potenciais alunos que não dispõem de tempo, recursos financeiros e preparo suficiente para disputar vaga nas instituições de ensino superior. Mas esses e outros benefícios não bastam para aplacar a desconfiança em relação a possíveis riscos da formação virtual, seja ela total ou parcialmente presencial. Nessa tecla, têm batido educadores de todo o mundo, que ainda têm dúvidas sobre a eficiência de máquinas para educar pessoas.
As dúvidas procedem. Entre os diversos estudos existentes sobre o tema, há um recém-divulgado pelo Centro Nacional de Política Educacional, da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, segundo o qual 27% das escolas virtuais estadunidenses obtiveram "progresso anual adequado", o padrão federal que mede os avanços educacionais no país. Quase 52% das escolas particulares tradicionais alcançaram esse padrão, porcentagem comparável à de todas as escolas públicas norte-americanas.
Por outro lado, parece evidente a atração dos recursos tecnológicos sobre crianças e jovens. Nesse aspecto, não se pode negar a relevância desses recursos. Para alguns professores, a ampliação de opções de material pedagógico também é bem-vinda. O desafio está em identificar os possíveis limites para a utilização de alta tecnologia na educação e o conteúdo mais apropriado para a formação escolar nesse contexto. Até que ponto computadores podem substituir professores? Quem e o que deve abastecer essas novas "máquinas educativas"?
A resposta a questões como essas não está apenas na economia. Está na educação, antes de tudo. A tecnologia pode ser poderosa aliada da educação desde que promova a transmissão de conteúdo de elevada qualidade e não substitua por completo a interação humana. De que valem sofisticados gadgets conectados a uma rede mundial inundada de informação se não houver pessoas que, por trás e diante deles, selecionem habilmente o que pode ser útil para uma formação de alto nível e promovam o debate sobre tudo o que se vê, ouve e lê?

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Educação Especial: Novo Plano de Educação reacende polêmica sobre escola especial

Via Portal Nassif

A Educação Especial no Plano Nacional

Do Terra
A aprovação do relatório final do Plano Nacional de Educação, que define as estratégias do setor para a década entre 2011 e 2020, na Comissão Especial da Câmara dos Deputados gerou polêmica entre os educadores. Além do percentual do Produto Interno Bruto (PIB) destinado à Educação, que foi fixado em 8% (entidades de defesa pediam 10%), o documento aprovado no dia 5 de dezembro criou uma ressalva sobre a universalização do atendimento a alunos com deficiência. A meta número quatro diz que, caso não seja possível integrar esses estudantes em classes comuns, eles terão assegurado atendimento em escolas especiais.
A questão gera controvérsias: enquanto muitos educadores defendem a inclusão no ensino regular a todo custo, instituições especializadas acreditam que alguns alunos perdem tempo em salas comuns.
p>Referência no Brasil quando o assunto é a defesa do direito à educação, Maria Teresa Mantoan é grande crítica das escolas especiais. "Essas instituições excluem e não incluem. E, agora, o governo está propondo isso", afirma, ressaltando que considera o fato um grande retrocesso. "Beira o coitadismo. É dizer que uma pessoa com deficiência não tem condições de aprender no ensino regular", completa.
Professora há 50 anos, Maria Teresa começou sua carreira na área de educação especial. Foi depois de uma experiência como professora em Portugal que passou a considerar o ensino especializado uma forma de exclusão. Ela conta que começou a acreditar em uma escola acessível para todos quando conviveu um dia inteiro com um grupo de crianças que tinham um colega sem braços e sem pernas. De acordo com ela, o estudante conseguia participar de todas as atividades normalmente. Hoje militante pelas diferenças em ambiente de estudo, fundou o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diversidade. "Uma sociedade justa, sem qualquer tipo de discriminação, começa na escola", diz.
As reviravoltas governamentais sobre o tema, porém, têm interferido em sua luta. "Acreditei no governo Dilma sobre a questão da educação para todos", afirma a professora, que foi homenageada pela presidente em março com a medalha da Ordem Nacional do Mérito. "É um momento muito decepcionante para mim. A escola regular deve trabalhar com a diferença e ter a capacidade de oferecer ensino de qualidade para qualquer tipo de aluno. Sem discriminação", completa.
Segundo a legislação brasileira, não se pode negar ou suspender, sem justa causa, a matrícula escolar de nenhum aluno, especialmente quando o motivo é a deficiência. Além disso, a justa causa não pode ser o fato de a escola não se sentir preparada para receber o aluno com necessidades especiais. Essa conduta é tida como crime desde 1989, e a pena ao infrator pode variar de um a quatro anos de prisão, mais multa. "A proposta do Plano Nacional de Educação está indo contra a convenção internacional", diz a educadora, referindo-se à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada pela Constituição do País.
O relator do PNE, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), diz que a meta número quatro visa a universalizar o atendimento escolar aos estudantes com deficiência na rede regular de ensino. Mas, caso não seja possível integrar esse aluno, será garantido para ele um atendimento por parte de instituições voltadas para pessoas com deficiência.
"Isso é um crime na educação. A possibilidade de não integração do estudante com deficiência não deveria existir. A escola tem de ser inclusiva e se adaptar às necessidades dos alunos¿, diz Maria Teresa, ressaltando que inclusão é mais do que ter rampas e banheiros adaptados. "Um bom projeto valoriza a cultura, a história e as experiências anteriores da pessoa. As práticas pedagógicas também precisam ser revistas".
'A educação especial complementa o ensino regular', afirma psicopedagogo
Autor de livros como Práticas Pedagógicas para a Inclusão e Diversidade e Autismo e Inclusão, o psicopedagogo Eugênio Cunha levanta a bandeira de apoio à meta número quatro do PNE. De acordo com ele, a legislação fala sobre o apoio especializado para atender as peculiaridades da educação especial, quando for necessário. "A educação no ensino especial não exclui a educação no ensino regular. Evidentemente, as necessidades do aluno dirão se é mais adequado estudar em uma escola regular, em uma especial ou nas duas, mas sempre objetivando a inclusão", explica.
Além disso, Cunha defende que o ideal é uma escola regular inclusiva, preparada física e pedagogicamente para receber qualquer tipo de aluno. Contudo, o educador afirma que o fato ainda é realidade distante no Brasil, principalmente em escolas públicas. Sendo assim, ele passa a questionar se é o aluno com necessidades especiais que deve sofrer as consequências de uma escola não inclusiva.
"Por exemplo, crianças autistas, na maioria das vezes, precisam de uma equipe multidisciplinar: terapeuta, fonoaudiólogo, psicopedagogo, nutricionista, dentre outros especialistas, além de metodologia específica, que nem sempre a escola regular possui, principalmente as públicas. O que sabemos é que boas escolas especiais fornecem todo esse cabedal educacional para o aluno com necessidades especiais", conclui.
Dados do Censo Escolar 2010 mostram que existem mais de 500 mil estudantes com deficiência física ou mental nas escolas públicas do País. Porém, apenas 30% das escolas de ensino médio e 12% das instituições de séries iniciais estão preparadas fisicamente para receber esses alunos.
Para Maria Teresa Mantoan, a escola brasileira ainda não está preparada totalmente para uma educação inclusiva, mas se encaminha para isso. Ainda assim, não acredita que a resposta esteja em instituições especializadas. "Essa preparação não irá acontecer antes para que só depois as pessoas com deficiência tenham acesso a escola. Essa preparação é constante, e ocorre no dia a dia, quando uma instituição tem que se adaptar para receber um estudante", diz.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

AS DESIGUALDADES NO ENSINO MÉDIO

Do site Todos pela educação

OPORTUNIDADES DE APRENDIZADO SÃO DESIGUAIS ENTRE ESCOLAS DO ENSINO MÉDIO

A conclusão é de estudo do Instituto Unibanco realizado com o Ibope

Oportunidades de aprendizado são desiguais entre escolas do Ensino Médio
 
João Bittar/MEC
Thiago Minami
Especial para o Todos Pela Educação
As oportunidades de aprender e de ensinar ocorrem de maneira desigual entre escolas de Ensino Médio que participaram da pesquisa "Audiência do Ensino Médio", realizada pelo Instituto Unibanco e pelo Ibope. De acordo com os resultados, divulgados nesta semana, em média, o aproveitamento do tempo em sala de aula é de 43%. Isso representa apenas 1h44 das quatro horas diárias previstas. A pesquisa comprovou também que, quanto menos aulas, pior o desempenho dos alunos nas avaliações.
Participaram do estudo alunos de 36 turmas de 18 escolas públicas de Ensino Médio, que foram divididos em três grupos. Os resultados não podem ser expandidos para o Brasil como um todo, mas oferecem um indício de como o tempo de aprendizado não é aproveitado.
Por terem características muito distintas entre si, as escolas foram divididas em três grupos, conforme a quantidade de tempo de ensino oferecido pela escola. O que apresentou desempenho mais baixo dos alunos tinha aulas mais concentradas no período noturno e oferecia cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
"Audiência"
Para avaliar o aproveitamento dos alunos, o Ibope aplicou o conceito de “audiência”, usado normalmente para programas de televisão. A audiência foi determinada por duas variáveis: o tempo destinado a atividades didáticas, chamado de “oportunidade de ensino”, e a quantidade de alunos presentes quando havia aula, chamada de “oportunidade de aprender”.
Ao longo de dez meses, ocorreu o acompanhamento da rotina de duas turmas de cada uma das 18 escolas. A pesquisa foi feita durante uma semana por mês, somando 8.689 aulas verificadas. Todas as participantes fazem parte de projetos do Instituto Unibanco. Avaliou-se também o uso do tempo de estudo fora da sala de aula. A variação foi de, em média, 1h03 a 1h15 por dia. “Isso é pouquíssimo, deveria ser de pelo menos quatro horas”, afirma Wanda Engel, superintendente executiva do Instituto Unibanco e doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
A parte do tempo perdida deve-se à ausência de professores ou alunos. Um dos três grupos de escolas avaliados não teve 37% do total de aulas durante o período de visitas. Nesse mesmo grupo, 45% dos alunos não estavam presentes. “É um dado preocupante, pois é um sinal forte de que esses jovens podem abandonar os estudos”, afirma Wanda.
O estudo concluiu também que existe uma grande disparidade entre as instituições analisadas. Aquelas em melhores condições tiveram 117.753 minutos de aula, contra 77.617 das mais fracas. É como se as primeiras contassem com 11 dias letivos a mais no ano. “Por essa razão, as medidas para solucionar o problema devem levar em consideração as características de cada escola, e não podem ser uniformes”, diz Wanda.
Soluções
“Uma solução possível para evitar a evasão é ter agentes nas escolas que verifiquem as razões da evasão e tragam os estudantes de volta. Podem ser pessoas que já trabalham lá”, afirma Wanda. Ela acredita ainda que é preciso oferecer oportunidades de trabalho compatíveis com o horário da escola, pois muitos largam os estudos para trabalhar. Outra medida é orientar as mães adolescentes sobre creches em que podem deixar seus filhos.
Do lado docente, é necessário oferecer incentivos aos profissionais assíduos e aumentar a rigidez com os faltosos. “É um problema de gestão”, explica. Segundo a pesquisa, após mensurar a quantidade de aulas que são efetivamente dadas, o próximo passo é pesquisar a qualidade do ensino ofertado no nível médio.

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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL ELEVA PARTICIPAÇÃO NO ENSINO MÉDIO

DO JORNAL VALOR ECONÔMICO



Matrícula em cursos técnicos sobe para 18% do total no ensino médio

Por Luciano Máximo | De São Paulo
A procura pela educação profissional cresceu mais de 50% no Brasil nos últimos cinco anos. Entre 2005 e 2010, a fatia das matrículas em cursos técnicos sobre o total verificado no ensino médio regular passou de 8,2% para 13,6%, atingindo 1,140 milhão de alunos no ano passado. Em 2011, o peso das matrículas pode ter ficado entre 15% e 18%, informou ao Valor Eliezer Pacheco, titular da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec-MEC). A confirmação virá com a conclusão da apuração do Censo Escolar da Educação Básica de 2011.
Segundo Pacheco, o desempenho foi acelerado pela expansão da rede federal de escolas técnicas - mais de 200 institutos foram abertos entre 2003 e 2011 -, pelo aumento da oferta pela rede particular, responsável por quase 550 mil matrículas, e, mais recentemente, com as primeiras matrículas do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), criado em outubro de 2011. "Nossa avaliação inicial do programa mostra que o Pronatec matriculou 66,5 mil alunos em 2011 e temos uma média diária de 1.460 pré-matrículas registradas em dezembro", informa Pacheco.
Embora, quase 50% dos alunos da educação profissional estejam na rede particular, Pacheco garante que a maioria das vagas do Pronatec será ofertada pelos institutos federais e pelas escolas do Sistema S (Senai, Senac e Sesi). "As escolas particulares poderão receber estudantes beneficiados pelo Fundo de Investimento Estudantil (Fies). Os beneficiários terão seus estudos financiados pelo Estado para realizar cursos em escolas privadas. O aluno poderá escolher qualquer escola privada de ensino técnico cuja adesão ao programa tenha sido aprovada pela Setec."
O educador João Batista Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto, vê no Pronatec a reedição de programas de formação profissional do passado, sem conexão com as necessidades do mercado de trabalho. "Desde a década de 1970, esse tipo de 'campanha' não resolve nenhum problema e acarreta vultosos custos. Reforça a ampliação da rede pública de escolas técnicas federais, desperdiçando milhões em cursos de capacitação totalmente divorciados das demandas do mercado de trabalho, mas que engordam as estatísticas e reforçam o caixa das instituições de formação profissional."
De acordo com Pacheco, a formação técnica no Brasil ocorre com base em apurações de técnicos do MEC, análise de dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), audiências públicas e pesquisas sobre o desenvolvimento sócio-econômico regional e micro-regional. "Temos um leque de informações que nos auxiliam a constituir nossos cursos, de um lado, e a contribuir para a permanência dos bons profissionais em suas áreas", explica Pacheco.
Wanda Engel, superintendente-executiva do Instituto Unibanco, elogia a nova política educacional do país por "ampliar a atual capacidade instalada" do ensino médio, mas é cética quanto à ampliação das vagas no curto prazo. "O Pronatec pega um ativo existente e o melhora, disponibilizando mais vagas. Mas vai levar tempo para chegarmos a 30% de matrículas técnicas em proporção ao médio regular, como nos países com tradição em educação profissional."
Wanda destaca que, além do "investimento pesadíssimo" para custear uma modalidade de ensino mais cara, é necessário formar mão de obra. "Não é só ampliar vagas e colocar tijolinhos nas escolas. Onde vamos conseguir professores de mecânica, informática, se o país sofre com a falta de docentes para dar aula de química e física."
Com a sanção do Pronatec em outubro, os investimentos federais previstos na educação profissional estão em torno de R$ 24 bilhões até 2014. Além da renúncia fiscal e do apoio financeiro às redes estaduais e municipais, estão planejados o desenvolvimento do ensino técnico à distância e a construção de mais institutos, que devem passar das atuais 366 para 562 unidades.
Wanda também alerta que a educação profissional não pode ser vista como "a salvação da lavoura". Para ela, é preciso encontrar uma forma de tornar o ensino médio básico mais atrativo e superar o problema da evasão, que chega a 50%. "É preciso modernizar a escola e oferecer ao jovem um nexo entre educação e trabalho."

domingo, 8 de janeiro de 2012

O sucesso do sistema de cotas

De O Dia via Portal Nassif

Cotistas se dão bem na sua maior prova: a carreira

Por implacavel

POR MARIA LUISA BARROS
Nove em cada 10 formandos beneficiados por reserva de vagas estão no mercado de trabalho. Seis, na sua área de formação
Rio - Oito anos após o início do programa de reserva de vagas no ensino superior para negros e estudantes da rede pública, ex-cotistas estão se saindo muito bem na prova mais importante: a carreira profissional. Sete em cada dez estudantes que ingressaram na universidade pelo sistema de cotas já conquistaram uma vaga no mercado de trabalho, sendo seis deles na sua área de formação. Dois se preparam para concursos e apenas um não conseguiu emprego após a formatura.

Os dados inéditos fazem parte da primeira pesquisa feita, no ano passado, pela Universidade do Estado do Rio (Uerj), com 20% dos 4.280 ex-cotistas. O levantamento coordenado pela Sub-reitoria de Graduação revelou que 90% dos cotistas pioneiros não pensam em parar os estudos. Entre os egressos, 67% já concluíram cursos de pós-graduação e 39% frequentam mestrado, como Bruna Melo dos Santos, 30 anos. 

Alexandre Brum / Agência O DiaFoto: Alexandre Brum / Agência O DiaFormada em História, ela está na segunda faculdade, de Arquivologia, que concilia com o curso de mestrado. “Eu só precisava de uma chance de provar que era capaz. Daqui a dois anos pretendo fazer doutorado na Inglaterra”, planeja ela, que agradece aos patrões da mãe, doméstica, pela ajuda nos anos difíceis da faculdade. “Eles me davam vales-alimentação, transporte e até curso de inglês. Foram anjos na minha vida”, conta Bruna, que viu o padrão de vida mudar após os estudos. Ela comprou um apartamento junto com o marido, também ex-cotista, e se mudou de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, para Irajá, na Zona Norte do Rio, para ficar mais perto do trabalho.

As amigas Ana Paula Ferreira de Melo, 27, e Camila Rodrigues de Souza, 26, trilharam o mesmo caminho, fazendo as duas faculdades. Ana Paula é professora das redes municipal e estadual do Rio e Camila trabalha como arquivista na iniciativa privada. 

“Vejo nos meus alunos que a maioria não sonha. Tento servir de exemplo”, diz Ana, que também comprou apartamento. “Estudávamos muito porque a cobrança era maior em cima da gente. Não queríamos que ninguém dissesse que jogamos fora a oportunidade”, conta Camila.

Beneficiados por cota se formam mais que os outros

Formada na primeira turma de cotistas da Uerj, em março de 2007, a dentista Priscila Seraphim, 26 anos, é a prova de que, às vezes, basta uma oportunidade. Ela se divide em três clínicas odontológicas e o curso de especialização. Durante a faculdade, Priscila contou com a ajuda da aposentadoria da avó para custear R$ 2 mil por semestre com o material da aula prática, livros, roupa branca, alimentação e transporte: “Havia livros que custavam R$ 300 e não tinha para todos na biblioteca”.

Como ocorreu com Priscila, a Sub-reitoria de Graduação da Uerj identificou que a maior dificuldade dos cotistas era permanecer até a formatura. Por isso ampliou a assistência estudantil. Além da bolsa-auxílio de R$ 300 e de oficinas de reforço escolar, a universidade passou a fornecer livros, calculadoras e kits básicos para alunos de Medicina e Odontologia, que incluem instrumentos como estetoscópio e material para aulas em laboratório.

Como tartarugas da fábula, cotistas começam em desvantagem, mas podem ser os primeiros na linha de chegada, incentivados pela determinação que os leva a seguir sempre em frente. Eles se formam mais (25,9%) do que os não-cotistas (20,5%). “Agarram com unhas e dentes a oportunidade e fazem melhor uso do dinheiro público, já que não abandonam o curso”, reconhece a sub-reitora Lená Menezes.