quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

EDUCAÇÃO ESPECIAL E GESTÃO: AACD

VIA PORTAL NASSIF

A gestão da AACD


Da Época São Paulo
As estratégias do voluntário que transformou a gestão da ONG sem depender só de doações – e o que ele faz para ensinar a sociedade a conviver melhor com os deficientes
Vida Urbana - eduardo duarte zanelato • fotos daniela toviansky - 27/12/2011 
ALMOÇO DE TRABALHO Eduardo de Almeida Carneiro, de 58 anos, com Maria Clara Silveira da Costa, de 7, no Gero do Iguatemi, onde ele reserva uma mesa central para almoçar a cada semana com uma criança atendida pela ONG
É sexta-feira, hora do almoço. Um homem barbado, grisalho e bem vestido conversa com uma garota sorridente numa das mesas no meio do salão do Gero Caffé, restaurante do Grupo Fasano que funciona dentro do Shopping Iguatemi. A menina se chama Maria Clara da Costa, tem 7 anos e nasceu sem o antebraço direito. Embora ela não pareça sentir falta do membro, a ausência dele desperta olhares de piedade e desconforto em parte da clientela à sua volta. O homem que a acompanha é Eduardo de Almeida Carneiro, 58 anos, dono da incorporadora imobiliária Almeida Carneiro Comércio e Participações e, há quase seis anos, presidente voluntário da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). Desde 2010, ele almoça semanalmente no Gero Caffé com um dos jovens assistidos pela ONG. “Quero que as pessoas os vejam com naturalidade”, diz. “Se a deficiência não é um problema para a criança, por que haveria de ser para os outros?”
p>Esse esforço de conscientização por meio de atitudes chocantes se assemelha a outro choque, o de gestão, que o empresário implantou na entidade. O engajamento social entrou em sua vida após uma traumática experiência em 1998. Vítima de sequestro, ele passou três dias em cativeiro até conseguir fugir. O episódio o fez mudar para Miami, onde viveu por dois anos com a mulher e os três filhos. “Comecei a ver as coisas de uma outra forma”, afirma. “Cheguei à conclusão de que quanto mais braços temos, mais devemos ajudar os outros.” De volta ao Brasil, começou a participar como voluntário na AACD, em 2001, assumindo a presidência cinco anos depois. Recentemente, a ONG fundada há 61 anos começou a dar lucro. Sua estrutura lembra a de grandes corporações, com um CEO e oito vice-presidentes abaixo de Carneiro.
A reestruturação proposta por ele foi acatada pelos 119 membros do conselho administrativo, formado em sua maioria por líderes de grandes grupos empresariais. Os resultados não decepcionaram. Entre 2006 e 2011, a organização atendeu 280 mil pessoas por ano apenas em sua sede. E teve o orçamento quase triplicado, de R$ 80 milhões para R$ 220 milhões. “De vez em quando ele atropela determinadas práticas, e isso, do ponto de vista da cultura hierárquica, assusta um pouco alguns setores”, afirma Horacio Lafer Piva, de 54 anos, presidente do conselho da AACD. “Mas ao longo do tempo conseguiu atingir os objetivos e todo mundo aprendeu a conviver com as idiossincrasias dele.”
Entre 2006 e 2011, a AACD atendeu 280 mil pessoas por ano em sua sede
e o orçamento cresceu de R$ 80 milhões para R$ 220 milhões
PASSEIO PÚBLICO Carneiro anda pelo shopping com Yezza Sousa, de 14 anos, com próteses nas pernas. Ele acredita que assim ajuda as pessoas a aceitar melhor os deficientes
Descentralização 
Em janeiro de 2012, o processo de descentralização que tornou possível o aumento do número de atendidos será reforçado, com a inauguração de duas novas unidades regionais: uma em Santana, na Zona Norte, e outra em Campo Grande, na Zona Sul. Elas se somam às já existentes na Mooca (aberta em 1972) e em Osasco (inaugurada em 2003). Há ainda a sede na Vila Clementino, na Zona Sul, por onde passam 1,8 mil pacientes todos os dias. Em novembro, a entidade ampliou sua atuação para a Vila Mariana. Num processo incomum entre ONGs, o Lar Escola São Francisco deixou de existir para ser incorporado pela AACD – esta herdou as dívidas e agora cuida dos 500 pessoas que antes se tratavam naquele centro de reabilitação. A fusão foi idealizada e conduzida ao longo de dois anos por Carneiro, cujo argumento central é o fato de ambas estarem próximas uma da outra e prestando serviços parecidos.
A estabilidade financeira que permitiu à AACD absorver outra instituição se deve em parte ao atual modelo pragmático de gestão. Após assumir o cargo, o presidente voluntário passou a analisar o desempenho de cada uma das áreas como se fossem unidades de negócio – todas com a obrigação de dar lucro ao fim de cada ano, ou de no mínimo bancar os próprios gastos. Foi o que ocorreu com o Hospital Abreu Sodré, localizado junto à sede na Vila Clementino. Com o aumento de consultas particulares, o hospital saiu do prejuízo (R$ 1,5 milhão, em 2005) e deve fechar 2011 com lucro de R$ 9,6 milhões. Assim, se reduz a dependência do Teleton, campanha do SBT que gera uma média de R$ 25 milhões em donativos a cada edição.
A princípio, o modelo empresarial encontrou resistência entre as mães dos assistidos. O momento mais tenso se deu no início de 2006, quando Carneiro decidiu fechar a escola dos pacientes que funcionava junto à sede. Os alunos foram deslocados para três escolas da rede pública nos bairros da Mooca, Santana e Alto de Pinheiros. “Não queria nossas crianças estudando num ambiente com macas, segregadas da sociedade”, diz. Em protesto, os muros da ONG amanheceram pichados: “O presidente da AACD quer colocar nossas crianças na rua”. Numa reunião para acalmar os ânimos, ele foi mais direto que conciliador: sugeriu que as mães insatisfeitas levassem seus filhos dali. Resignadas, elas entenderam o recado. “No começo, fui apelidado de ‘Homem de Lata’, por causa do personagem que acreditava não ter coração, em O mágico de Oz”, diz. “Mas quem já leu o livro sabe que ele tem coração sim.”
O pulso firme e o perfeccionismo de Carneiro ficam evidentes no dia a dia. Sua jornada de trabalho sempre começa por uma vistoria de 45 minutos às dependências da organização. Quer conferir pessoalmente se o prédio está bem conservado e se o atendimento flui bem. No dia 3 de outubro, uma segunda-feira em que Época SÃO PAULO o acompanhou, ele se irritou com a falta da letra “j” no painel Sejam Bem-Vindos – um reparo que já havia sido pedido uma semana antes. Por telefone, cobrou novamente o responsável pela área de manutenção. Mal ouviu a justificativa e retrucou, ligeiramente alterado: “Mas não tem de pedir, tem de mandar”. Desligou sem se despedir e seguiu seu trajeto.
Como forma de aplacar a ansiedade que lhe é peculiar, Carneiro planeja minuciosamente o futuro. Desde outubro, a consultoria Avention trabalha para estabelecer prioridades de investimento e definir metas da AACD até 2016. O atual presidente fez questão de incluir na agenda de seu sucessor alguns objetivos nada modestos. Para consolidar a ONG como referência na recuperação de deficientes, quer trazer uma faculdade para a sede da entidade e criar ali um polo de formação de médicos fisiatras e fisioterapeutas. E almeja ainda criar um centro de pesquisa médica e outro de reabilitação para esportistas, usando a experiência de seus especialistas.
A fim de viabilizar planos como esses, o conselho criou um fundo de endowment (dinheiro da instituição aplicado para gerar rendimentos destinados ao seu próprio orçamento). Quando houver R$ 250 milhões investidos nele, a autossuficiência financeira da organização estará assegurada. É esse o sonho mais ambicioso de Carneiro. Deverá ser alcançado em 2016 e, assim, propiciar que a espera por procedimentos mais complexos comece a cair gradativamente. Hoje, ele ainda ouve nos corredores histórias de pacientes que esperaram mais de dois anos por uma cirurgia corretiva. A seis meses do término de seu mandato, alega não ter tempo para pensar no que fará depois de deixar a presidência, em abril de 2012. Por ora, há sempre uma letra fora de lugar – ou uma criança esperando mais tempo do que deveria para ser atendida.
Cada área da ONG é vista como se fosse uma unidade de negócio, com obrigação
de dar lucro ou no mínimo bancar os próprios gastos

ALÉM DO TELETON O presidente voluntário numa sala de fisioterapia na sede da AACD, na Vila Clementino. Ele diminuiu a dependência das doações e quer garantir a autossuficiência da ONG até 2016

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

MENSAGEM DE NATAL E ANO NOVO

APP-SINDICATO NS DE CORNÉLIO PROCÓPIO



Receita de ano novo 
Carlos Drummond de Andrade
 

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

A TODAS E TODOS UM MARAVILHOSO NATAL E UM FELIZ ANO NOVO

DO PORTAL APP-SINDICATO



2012 será um ano decisivo para nós. Juntos, poderemos construir novos patamares de valorização
21/12/2011

Feliz 2012!


Que no ano que nasce a união seja a base para avançarmos rumo a melhores condições de vida, trabalho, saúde e ensino.

Informamos que a APP-Sindicato (sede estadual e núcleos sindicais) estará de recesso entre os dias 22/12/11 e 02/01/12.

Retomaremos nossas atividades normais no dia 03 de janeiro de 2012.

Mesmo que uns não queiram, o Brasil vai brilhar!

Da Agência Carta Maior | Copyleft

DEBATE ABERTO

Brasil 2012

Perspectivas políticas e uma crise econômica no meio do caminho. Que venha 2012, um ano que bem poderia entrar para a história como aquele que encerrou uma década de transição da eterna agenda de estabilização para uma nova agenda de mudanças e desenvolvimento.

A crise, a política e as políticas públicas

O que será do ano de 2012? 

Reverter os impactos da crise internacional que têm feito a economia empacar será a questão número um da agenda de 2012. Os riscos advindos dessa crise abrem uma oportunidade para a atual presidência: há condições objetivas para uma transição da eterna agenda de estabilização para uma nova agenda de mudanças e desenvolvimento. 

No Congresso, debates e decisões importantes podem levar o Brasil a um novo patamar de financiamento da provisão de suas políticas públicas fundamentais. Ou seja, pode vir mais dinheiro para a educação, a saúde, a segurança pública, a previdência e a assistência social. 

A disputa eleitoral para as prefeituras pode premiar os partidos da base governista, mas fragmentará sua coalizão nacional. 

A oposição tentará sobreviver a mais uma estação do longo inverno a que foi submetida, há uma década, desde que perdeu as eleições presidenciais de 2002.

O enfrentamento à crise e uma nova fase para o governo

O governo deve fazer as contas para viabilizar um esforço concentrado, turbinando o investimento em programas de infraestrutura e abastecendo melhor as políticas sociais.

Concretamente, no primeiro trimestre se deve ver um aprofundamento da inflexão da política macroeconômica, para livrar o país de uma recessão. Entre suas opções estão a redução dos encargos da dívida e os pacotes de estímulo à produção e ao consumo. 

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o “Minha Casa, Minha Vida” são apostas líquidas e certas. Significam injeção na veia da economia, com uma estrutura de implementação já organizada. 

A depender do nível e da rapidez com que isso ocorra, será possível criar uma folga fiscal também para garantir recursos extra que subsidiem uma pauta ousada de compromissos com políticas fundamentais que estão em pleno processo de redefinição (no Congresso) de suas fontes de financiamento. 

Como é comum aos mandatos presidenciais, enquanto o primeiro ano é dedicado a arrumar a casa, o segundo é quando precisam mostrar a que vieram. 

Em 2012, ficarão claros os programas que deram certo e podem deslanchar, os que patinaram e precisarão ser ajustados e os que não se sustentam e serão abandonados em favor de outras prioridades.

O Brasil Sem Miséria, que mostrou avanços substantivos em 2011, trará dados ainda mais palpáveis e em maior volume, consolidando também quase uma década de Bolsa Família na estrutura de políticas públicas do Estado.

Eleições municipais: governo, oposição e coalizões

Muitas das ações de enfrentamento à crise têm interface com questões municipais que serão alvo prioritário das campanhas para prefeito e vereador. É o caso das obras da Copa, das políticas de mobilidade urbana, saneamento, gestão de resíduos sólidos, habitação, transporte e apoio à agricultura familiar.

Com a popularidade da presidenta em alta, a campanha de 2012 tende a ser o desfile de candidatos que se insinuam, diante dos eleitores, como as melhores opções para trazer políticas federais, seus programas e recursos para cada município.

Um cenário de crescimento com estabilidade tende a fazer com que os partidos da coalizão governista estejam melhor preparados para enfrentar as eleições, mas em um quadro de total fragmentação de sua coalizão, cada vez mais um mosaico.

A oposição continuará mergulhada em sua crise ao cubo: crise de projeto (sem discurso para as eleições), crise de sua coalizão estilhaçada e crise de lideranças nacionais. A oposição se tornou um projeto de passado, e não uma proposta de futuro. Vive da nostalgia de uma época da qual a maioria do povo brasileiro não sente nenhuma saudade. 

DEM e PPS agora vivem às turras com os tucanos. Reclamam de serem tratados como primos pobres, sócios menores de uma empresa incapaz de ganhar eleições presidenciais há uma década.

Tanto a sangria que levou ao racha do DEM, com a formação do PSD, quanto os flertes entre os partidos da oposição e os da base (inclusive com o PT) nas eleições municipais de 2012 indicam que a principal disputa não será entre governo e oposição, mas dos partidos da base entre si. Cada qual quer sair maior das eleições para prefeito e se cacifar para a coalizão de 2014. Principalmente as eleições nas capitais devem retratar o fenômeno.

Para sobreviver, a oposição buscará aproveitar as rebarbas dessa fragmentação. Onde não tiver chances de liderar, fará de tudo para decidir o resultado dessas brigas. Com fôlego menor a cada pleito, deverá priorizar as cidades em que disputa a reeleição. 

Mensalão versus privataria tucana

A crise de longo prazo dos partidos de oposição reforçará outro aspecto de nossa política: o que reserva à velha mídia o papel de principal partido de oposição no Brasil - função aliás já assumida publicamente por dirigentes de suas associações. Se há um lugar onde a oposição é forte, é no setor que detém concessões públicas de rádio e TV, feitas décadas atrás, quando os dinossauros dominavam a terra. 

O ano de 2012, que marcará 10 anos da eleição de Lula e do fim do governo FHC, será o momento do embate de duas narrativas contrapostas: a do mensalão, de um lado, e a da “privataria tucana”, de outro. 

É claro e cristalino que a velha mídia usará o calendário de julgamento do processo do Mensalão, no Supremo Tribunal Federal (STF), como bigorna para malhar o PT e também como troco às denúncias elucidadas no livro “A Privataria Tucana”.

O mais importante ainda está por vir

Todas essas questões são de grande importância. Mas o fundamental, muitas vezes, passa ao largo das questões mais palpitantes e das manchetes mais escandalosas, como a da ciranda de ministros sucessivamente alvejados e derrubados por denúncias.

Entre março e junho, Executivo e Congresso podem decidir cinco grandes batalhas decisivas para a vida de todos os brasileiros. São elas a partilha dos recursos do pré-sal, a regulamentação da Emenda 29 (que estabelece os recursos da saúde), a aprovação do Plano Nacional de Educação, o novo marco legal da política ambiental (Código Florestal) e a definição das novas regras de cálculo do Fundo de Participação dos Estados.

Todas dizem respeito a algumas perguntas essenciais: para que e para quem serve o Estado? Quão desiguais nós somos e o que fazer para deixarmos de sê-lo?

Hora de fechar pra balanço

O cenário tendencial de 2012 conspira para uma inversão de prioridades em relação a 2011. 

A diminuição dos encargos com a dívida, requisito para a travessia da crise, pode levar a uma mudança de peso: a transição de uma agenda de estabilização para uma agenda de mudanças orientadas por um novo padrão de desenvolvimento. Transição que na presidência Lula demorou do primeiro para o segundo mandato para ter início, mas poderia ser abreviada na presidência Dilma entre o primeiro e o segundo ano de governo. 

Basta que se perceba que as condições objetivas estão dadas e que se aguente com paciência a gritaria de setores rentistas e seus agregados, minoritários, elitistas, mas muito barulhentos. É fácil identificá-los. São os que acham que investimento em assistência social é clientelismo; que mais dinheiro para a saúde é gastança; que prioridade para a educação deve ser na base de muito discurso e pouco recurso. Esse pessoal tem ultimamente patrocinado editoriais dizendo que a desaceleração da economia é algo benéfico.

Mesmo que uns não queiram, o governo pode se ver forçado a cumprir o programa pelo qual foi eleito em 2010. Tanto por força das circunstâncias, por ter em mãos argumentos que justifiquem a transição sem que sequer pareça ousadia demais, quanto por pressão de setores sociais com ressonância política.

Que venha 2012, um ano difícil, mas que bem poderia entrar para a história como aquele que encerrou uma década de transição e virou definitivamente a página do Brasil do Real, que vivia em função de sua moeda, para o Brasil de todos, que passou a viver em função dos brasileiros.

Antonio Lassance é pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e professor de Ciência Política. As opiniões expressas neste artigo não refletem necessariamente opiniões do Instituto.

domingo, 18 de dezembro de 2011

APROVADO CALENDÁRIO DE MOBILIZAÇÕES PARA 2012

DO PORTAL APP-SINDICATO


Assembleia da APP aprova calendário de mobilização

Encontro referendou decisões da reunião do Conselho da entidade; por telefone, Arns confirmou recesso de funcionários



A Assembleia estadual APP-Sindicato, realizada na manhã deste sábado (17) no auditório da Paróquia Santo Antônio do Órleans, em Curitiba, aprovou o calendário de mobilizações e demais deliberações feitas na reunião do Conselho Estadual da APP, ocorrida na sexta (16) em Curitiba. Durante a assembleia, foi informada a decisão do secretário de Educação, Flávio Arns, de manter o recesso de final de ano para os funcionários de escola.Em pauta, estava o calendário de mobilizações e o Regimento Único, a indicação de nomes para o Conselho Nacional de Entidades da CNTE e do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb, bem como a suplementação para o orçamento da entidade para fazer frente à construção das sede estadual e de várias regionais, e a venda de um dos imóveis do NS Maringá. Todas as pautas foram aprovadas por ampla maioria. Como já definido na reunião do Conselho na sexta, o último item da pauta, o referendo das deliberações do XI Congresso Estadual da APP, ficou para a próxima assembleia.

Mobilização - Com o calendário aprovado, os educadores terão para fevereiro, no dia 03, APP na escola, com debate do material da Semana Pedagógica e eleição dos representantes de escola; no dia 9, mobilização estadual pela hora-atividade ampliada, saúde, qualidade para a educação, 10% PIB e PSPN, com atos públicos regionalizados e aulas de 30 minutos; e no dia 16, Encontro de Professores Estaduais e Municipais sobre a Lei do Piso.Entre os dias 27 de fevereiro e 2 de março, haverá reunião dos conselhos regionais ou assembleias regionais nos Núcleos Sindicais. Para março, estão previstas, no dia 8, atividades do Dia Internacional da Mulher; no dia 14, debate nas escolas sobre hora-atividade, saúde e condições de trabalho; no dia 15, greve estadual e nacional; no dia 16, debate e avaliação da mobilização; e nos dias 30 e 31, conselhos e assembleias estaduais.

Recesso - O deputado estadual Professor Lemos (PT), que relatou na assembleia alguns dos requerimentos que apresentou à apreciação da Assembleia Legislativa - entre os quais um a respeito da demanda dos funcionários de escola, para que tivessem recesso no final de ano, o que a Seed vem negando -, conversou logo depois por telefone com o secretário Arns, que sinalizou favoravelmente aos trabalhadores. Assim, pelo compromisso do secretário, os funcionários de escola ficarão dispensados do trabalho entre Natal e Ano Novo, porém um trabalhador deverá ficar de plantão, podendo compensar o expediente neste período comum a folga posterior.

Informes - Foram feitos diverso informes das lutas da entidade e das negociações com o governo. O secretario de assuntos jurídicos, Mario Sergio Ferreira de Souza, mostrou que a ação de ressarcimento de tarifas indevidas do antigo Banestado mobilizou a categoria e conseguiu a adesão de 3 mil novos associados ao sindicato.O professor Arnaldo Vicente comentou as discussões havidas no Conselho Estadual de Educação, o qual integra, sobretudo a referente ao corte etário para ingresso no ensino fundamental. A secretária de Gênero e Igualdade Racial da APP, Elizamara Goulart Araújo, mencionou os desafios da temática étnico-racial na educação discutidos no seminário da CNTE no dia 15, em Brasília, para avaliar o cumprimento das leis n° 10.639 e 11.645, que determinam a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura negra e indígena no currículo das escolas.O secretário de Municipais, Edilson de Paula, ressaltou importância de garantir nos orçamentos municipais o reajuste do PSPN, que deve ficar em 21,97%. José Valdivino de Moraes, secretário de Funcionários e dirigente da CNTE, citou as negociações da Confederação Nacional para a fixação do critério de correção do valor do piso e novo sistema de oferta do curso do Profuncionário, via instituto federal.

Balanço - A presidenta da APP, Marlei Fernandes de Carvalho, fez um balanço das atividades do ano, comemorando conquistas dos educadores, como o chamamento 5 mil aprovados em fevereiro, a manutenção da data-base e a primeira parcela da equiparação, a participação na discussão do porte de escola e o pagamento de progressões e promoções em atraso. Por outro lado, a dirigente viu os grandes impasses e atitudes hostis do governo ao interesse público, como a tentativa de se criar agência reguladora de serviços públicos e a aprovação da lei das organizações sociais, que levou à criação da Frente Popular contra as Privatizações.  Marlei demonstrou ainda várias dificuldades que ocorrem no campo da educação como o ataques às aulas extraordinárias no PDE e o atraso na entrega das informações de porte e demanda das escolas. O governo também não acolheu todas as propostas feitas pelos trabalhadores sobre os critérios de distribuição de aulas. Segundo Marlei, as eleições de diretores se transformaram em um embate ideológico, quando o governo quis transformar a eleição em consulta e deixou claro que o diretor é cargo de confiança do governo. Em sua apresentação, a presidenta da APP comentou que a luta pela ampliação da hora-atividade no Estado deve ser antes política do que se converter em uma batalha jurídica de consequências incertas. Ela considera que cada estado possui peculiaridades em seu judiciário e o do Paraná é marcado pelo conservadorismo, razão pela qual seria temerário levar a questão à Justiça neste momento, esgotando o embate político e arriscando-se a obter uma decisão desfavorável.

Moções e abaixo-assinado - Na assembleia, circulou também um abaixo-assinado pedindo a revogação da lei federal das organizações sociais, que terceirizam e privatizam os serviços públicos, e foram aprovadas duas moções - uma instando o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, a negociar com os servidores municipais da saúde a carga horária de 30 horas e outra de aplauso à deputada federal Fátima Bezerra (PT-RN) por seu trabalho na fixação do reajuste do PSPN em 21,97%.

Calendários - Após a apresentação da Agenda da APP 2012 no Congresso da entidade, no início do mês, a professora Janeslei apresentou mais um tradicional material gráfico do sindicato: o calendário de parede e o de mesa, ambos com a temática da Guerra do Contestado, a mesma da agenda. Os calendários de parede foram entregues aos participantes para ser levados às escolas.

Eleitos para o Conselho Nacional de Entidades (CNE) da CNTE
Titulares: 
Maria Madalena Ames, Walkiria Olegário Mazetto, José Ricardo Donatti Correa, Aurea Britto Santana, Celso José dos Santos
Suplentes: Eduardo Gonçalves, Marcio Alves,  Vera Lucia Pereira, Geane Souza e Silva, Luiz Carlos dos Santos

Eleitos para o Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb
Titulares: 
Tatiana Nanci da Maia e Lirani Maria Franco
Suplentes: Antonio Marcos Rodrigues Gonçalves e Marcia Aparecida de Oliveira Neves

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A CNTE promoveu seminário nacional, em Brasília, para avaliar o cumprimento das leis n° 10.639 e 11.645, que determinam a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura negra e indígena no currículo das escolas.

Via Portal CNTE

Seminário da CNTE discute ensino das questões étnicas na escola



seminario_cnte_etnico_2A CNTE promoveu hoje (15) um seminário nacional, em Brasília, para avaliar o cumprimento das leis n° 10.639 e 11.645, que determinam a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura negra e indígena no currículo das escolas. O evento contou com a participação de representantes do Ministério da Educação, Instituto Sindical Interamericano Pela Igualdade Racial (Inspir), CUT e Internacional da Educação para a América Latina, além dos sindicatos filiados.
Ao abrir os trabalhos, o presidente da CNTE, Roberto Leão, lembrou que no Brasil prevalece a falsa ideia de que não existe racismo. Mas advertiu que o preconceito é um problema real no país e que precisa ser tratado nas escolas. Ele ressaltou a responsabilidade da Confederação nessa tarefa. "O papel da CNTE e dos sindicatos é mostrar que as injustiças existem e precisam ser corrigidas", afirmou.
Durante o debate, verificou-se que, passados oito anos de vigência da Lei 10.639, que determina o ensino das questões éticas e raciais na sala-de-aula, pouco se avançou na prática. Desde 2004 o Ministério da Educação lançou mais de 30 publicações dirigidas aos professores para ajudá-los nessa tarefa. Mas no que diz respeito à capacitação desses educadores, os resultados estão aquém do necessário.
"Até 2011 tivemos um total, pelo Niafro, que é o programa de ações afirmativas para a população negra no ensino superior, de 9.200 professores formados em todo o país. Pelo curso de Educação para as Relações Étnico Raciais, tivemos um total de 4.500 professores formados, em história e cultura afro-brasileira e africana. Se pensarmos no total de docentes, é muito pouco", informou a Técnica em Assuntos Educacionais da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC (Secadi-MEC), Barbara da Silva Rosa.
A representante do MEC salientou ainda a dificuldade de capacitar profissionais em alguns estados. Em São Paulo, apenas 250 professores receberam formação. No Rio de Janeiro foram cerca de mil. E na Bahia, estado que tem um dos maiores contingentes de brasileiros negros, apenas 400 docentes foram capacitados para abordar a história e a cultura afrobrasileira no currículo.
seminario_cnte_etnico_principalSegundo Bárbara Rosa, hoje os cursos de formação do MEC são desenvolvidos em parceria com as universidades por meio de editais, oferecendo um número limitado de vagas. Para ampliar o número de professores atendidos, em 2012 será usada uma estratégia inversa. As diretorias das escolas vão receber catálogos com a relação dos cursos disponíveis, e a partir daí levantarão o número de professores interessados. A demanda vai ser repassada às secretárias de educação, aos Comitês Estaduais de Formação de Professores e ao MEC, que vai articular a oferta dos cursos com as universidades. "Não vamos mais ter uma oferta para uma demanda fictícia. Vamos saber a demanda exata no município X. Com isso esperamos conseguir sair de nove mil professores formados em seis anos para 15 a 20 mil por ano", afirmou Bárbara Rosa.

Sociedade civil
A Secretária de Combate ao Racismo da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Maria Júlia Reis Nogueira, salientou que o cumprimento das leis n° 10.639 e 11.645 não deve ser responsabilidade apenas do governo. "Se formos esperar que o combate ao racismo e as discriminações fiquem apenas no âmbito governamental, vamos avançar muito pouco. As iniciativas que os próprios profissionais de educação vêm desenvolvendo através de suas entidades de classe são fundamentais", disse.
Como exemplo de avanço da sociedade civil nesse sentido, Maria Júlia citou que, durante a 21ª Conferência Nacional dos Advogados, realizada em Brasília recentemente, foi firmado um termo de cooperação técnica que prevê a recomendação da OAB para a criação de comissões de promoção da igualdade racial em todas as 27 seccionais da entidade. A ideia é que, no futuro, o tema da igualdade racial esteja incluído no exame da Ordem e no currículos das faculdades de direito.

Samba nas escolas
O presidente da Fundação Palmares, Eloi Ferreira de Araujo, apresentou duas iniciativas da entidade para contribuir com o ensino das temáticas étnicas nas escolas. Um deles é o projeto Cantando a contado a história do Samba, lançado no dia 1° de dezembro em dez estados do país. A ideia é trazer para a sala de aula a história e a prática do ritmo, intimamente ligada à comunidade afrodescendente. "Com isso contribuímos para a implementação da Lei 10.639, dando alternativas para os professores dentro da sala de aula", explicou Eloi.
O outro projeto da Fundação Palmares é o Prêmio Nacional de Redação que será realizado em 2012 em todo o país, com o tema "A origem do Brasil – Nossa negras raízes", do qual a CNTE é parceira. A proposta é dirigida aos estudantes de ensino médio. Os autores dos melhores trabalhos serão premiados com tablets e certificados. As escolas receberão três mil computadores.

Indígenas
A Secretária de Relações Internacionais da CNTE, Fátima Silva, participou representando a Internacional da Educação para a América Latina, da qual é vice-presidente. Segundo ela, se a temática afrobrasileira ainda tem dificuldades para integrar currículo das escolas, para a história e a cultura indígena há muito mais a fazer. "Falta uma total integração entre o nosso urbano, o nosso rural, com o nosso indígena. Temos a população indígena como algo à parte. São vistos como alguém improdutivo e que quer terra para não produzir, porque estamos muito focados nas grandes produções e no agronegócio, e não na terra como um direito à vida", afirmou.
Fátima também explicou o que a IEAL e a CNTE estão fazendo para trazer a questão indígena para dentro da escola. "Nós começamos um trabalho para organizar os professores indígenas dentro das organizações sindicais. Temos uma grande população indígena no país, muitos professores indígenas, mas que não estão dentro dos nossos sindicatos. Porque não temos uma politica voltada para o professor indígena, no sentido de ver sua cultura, sua forma de trabalho, seu vínculo trabalhista. Esse é o desafio para nós da CNTE e para cada sindicato filiado" afirmou a vice-presidente da IEAL.

Para 2012
Segundo o Secretário de Políticas Sociais da CNTE, Marco Antônio Soares, a partir das discussões do seminário serão elaboradas estratégias não só para melhorar o tratamento desses temas dentro da sala de aula, como também para reduzir as desigualdades de acesso à educação. De acordo com ele, no próximo ano um dos pontos prioritários da CNTE será a educação indígena. A Secretaria de Políticas Sociais avançará em 2012 no planejamento para atender especificamente a educação indígena. A questão dos afrodescendentes não está resolvida, mas temos muito mais elaboração sobre ela", explica. (CNTE, 15/12/11)

Governo não concede recesso aos funcionários

Do Portal APP-Sindicato

15/12/2011

Governo não acolhe solicitação de recesso para funcionários

A APP apresentou pauta nas últimas reuniões. Nesta quarta (14), a Seed informou a negativa

A direção da APP-Sindicato, nas últimas reuniões de negociação, solicitou do governo a concessão aos funcionários das escolas, aos funcionários dos Núcleos Regionais de Educação (NREs) e aos da própria Secretaria de Estado da Educação (Seed), o recesso remunerado de 12 dias, entre 22 de dezembro e 2 de janeiro. Também foi solicitado os demais recessos previstos no calendário escolar, excluído o recesso de julho. Em 2010, a reivindicação da categoria, apresentada pela APP, foi atendida. O tema também tem sido debatido nas reuniões, entre APP e Secretaria, sobre reformulação dos planos de carreira.

No entanto, nesta quarta-feira (14), a Seed informou que a solicitação, este ano, foi negada. No dia anterior (13), uma circular conjunta da Casa Civil e Secretaria de Estado da Administração e Previdência informou como se dará o funcionamento em todas as repartições públicas, inclusive nas escolas, em dezembro. De acordo com o documento, as repartições funcionarão normalmente no dia 19 (feriado da emancipação política do Paraná) e que os únicos recessos aprovados pelo governador serão nos dias 23 de dezembro e 30 (parcialmente, pois o expediente será das 08h30 ao meio-dia).

:: Leia a Circular Conjunta nº 03/2011

Nossos sentimentos à companheira Zélia Del'Anhol

Via Portal APP-Sindicato

Nota de falecimento: Valdomiro Del'Anhol

O Núcleo Sindical de Londrina da APP informa com pesar o falecimento de Valdomiro Del'Anhol, pai da Secretária de Municipais da regional, Zélia Del'Anhol, nesta quarta-feira (14). O enterro será hoje (15) em Assaí.
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Nos sentimos incapazes de encontrar palavras de consolo para sua dor, companheira Zélia, mas desejamos expressar nosso profundo pesar pela morte de seu querido pai.
Estamos elevando nossos pensamentos por ele, com a esperança de poder estarmos juntos algum dia.
Receba nossas condolências. Abraços.

APP - Sindicato
NS Cornélio Procópio
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A Morte não é Nada
A morte não é nada.
Eu somente passei para
o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
Eu continuarei sendo.
Me dêem o nome que vocês sempre me deram,
Falem comigo como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas,
Eu estou vivendo no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene ou triste,
Continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
Sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra ou tristeza.
A vida significa tudo o que ela sempre significou,
O fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora de seus pensamentos,
Agora que estou apenas fora de suas vistas?
Eu não estou longe,
Apenas estou do outro lado do Caminho...
Você que aí ficou, siga em frente,
A vida continua, linda e bela como sempre foi.
"Santo Agostinho"

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Pauta de final de ano APP - SEED

Do Portal APP-Sindicato

12/12/2011

Reunião na Seed define pontos importantes na reta final de 2011

Na pauta, distribuição de aulas, PSS, entre outros temas, presidenta da APP reafirmou necessidade de expansão da hora-atividade
A presidenta da APP-Sindicato, professora Marlei Fernandes de Carvalho, reuniu-se com a assessora do Grupo de Recursos Humanos Setorial (GRHS) da Secretaria da Educação (Seed), Sirlei Casado, nessa última sexta-feira (09). Vários assuntos foram tratados, vejam:

Distribuição de aulas - A resolução para a distribuição de aulas 2012 será assinada pelo secretário de Educação, Flávio Arns, mas já há calendário com toda a programação. Nessa resolução consta a correção da classificação do cargo de 40 horas e a normatização de todos os procedimentos, inclusive para a distribuição de aulas para os programas e projetos que serão concomitantes à distribuição da matriz curricular.

Hora-atividade - A distribuição de aulas, segundo a resolução, terá ainda 20% de hora-atividade. A Seed encaminhou ao Conselho Revisor a proposta de 25% para o início do ano, mas ainda não há resposta. A Direção da APP-Sindicato protocolou ofício ao secretário para uma reunião de final de ano. "Esse tema é central; não abrimos mão da implementação da Lei 11738/08", afirmou a presidenta da APP.

Aulas de Filosofia e Sociologia - O GRHS da Seed enviará orientação aos Núcleos Regionais de Educação para o cumprimento da Deliberação 03/08 do Conselho Estadual de Educação. Essa deliberação reafirma que primeiramente assumem aulas os licenciados em Sociologia e Filosofia. Atenção, PSSs, fiquem atentos, pois devem assumir aulas primeiro do que os não licenciados, mesmo estando numa classificação posterior.

Licença médica - Os professores em licença médica só poderão assumir as aulas do cargo e estarão impedidos de assumir aulas extraordinárias. Só assumirão no retorno de suas licenças. A APP questionou a resolução nesse item, mas a Seed manteve sua interpretação.

Classificação para distribuição de aulas - Nessa segunda-feira deverá sair a classificação para o processo de distribuição de aulas. Os professores que realizaram exames médicos do concurso de 2007 também escolherão as aulas para o exercício de 2012 conforme calendário, mas ainda não há a previsão das nomeações.

Encerramento de contratos PSS 2011 - Os contratos PSS serão encerrados a partir de 16 de dezembro. O pagamento dos salários será, como os demais, em 29 de dezembro. Já a rescisão e demais acertos virão em folha no dia 02/01/2012, ou mesmo de uma única vez. A previsão ainda está em estudo.

Novos contratos PSS para 2012 - Mesmo assumindo aulas agora em dezembro, os contratos PSS/2012 terão início de vigência a partir de 01/02/2012.

Porte das escolas - Também nessa segunda-feira será enviada às escolas a demanda de porte realizada a partir do simulador. Segundo a Seed, o simulador está pronto, mas a Celepar ainda não conseguiu disponibilizá-lo no portal Dia-a-Dia. As escolas devem verificar suas demandas.

Todos os professores e professoras e funcionários e funcionárias deverão estar atentos para toda essa organização. Em caso de dúvidas, entrar em contato com a APP-Sindicato.

domingo, 11 de dezembro de 2011

MOBILIZAÇÃO POR MAIS RECURSOS PARA A EDUCAÇÃO

Do Adital.org
#OcupeBrasília: mobilização de estudantes pede mais recursos para educação

Karol Assunção
Jornalista da Adital
Adital
Inspirados com o que acontece em Wall Street, nos Estados Unidos, os jovens brasileiros também se mobilizaram em busca de um mundo mais justo. Estudantes dos quatro cantos do país estão acampados desde a madrugada da última terça-feira (6) em frente ao Congresso Nacional, em Brasília (DF), numa manifestação chamada #OcupeBrasília.

A decisão foi tomada durante o 39º Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), realizado entre os dias 1º e 4 de dezembro, em São Paulo (SP). De acordo com Maria das Neves, diretora de cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE), 300 jovens de 25 estados brasileiros estão acampados. Mas a quantidade de pessoas no local é muito maior. Isso porque alguns estudantes passam o dia no acampamento, prestando apoio à mobilização e participando das atividades e, depois, vão para casa dormir. "Várias famílias também visitam o acampamento. Ele, digamos assim, virou uma espécie de ‘ponto turístico’”, comenta.

A principal reivindicação é mais investimento para a educação, como 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação - emenda dos estudantes ao Plano Nacional de Educação (a proposta apresentada pelo relator do Plano é de 8%) – e 50% do Fundo Social do Pré-Sal também para o ensino. Além disso, os manifestantes lutam pela garantia da meia-entrada estudantil, questão pautada no Estatuto da Juventude.
Estudantes como Maria aproveitam a realização da 2ª Conferência Nacional de Juventude para reforçar suas demandas. "Montamos uma espécie de acampamento aqui também”, disse, se referindo ao stand da UNE no evento, onde alguns jovens descansavam.

Maria ressalta que o acampamento acontece em um momento crucial para a juventude. Isso porque já estão na pauta de votações no Congresso Nacional questões como o Plano Nacional de Educação, Estatuto da Juventude e Fundo Social do Pré-Sal. A previsão é que o acampamento se estenda até a próxima quarta-feira (14), data prevista para a votação do Estatuto da Juventude na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado.

"Os jovens estão abrindo mão das férias pra vir acampar em Brasília em véspera de Natal, praticamente. E muitos falam assim: se for preciso passar o Natal acampado, eu passo o natal acampado, porque meu papai noel esse ano vai ser eu que, com muita luta, irei conquistar o principal presente pra juventude brasileira, que é mais direitos”, relata.

Para a integrante da UNE, o acampamento dos estudantes destaca-se por ser politizado, irreverente e ter reconhecimento de congressistas e sociedade civil. De acordo com ela, mas de 20 parlamentares já conversaram com os jovens e visitaram o acampamento, dentre eles o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, e os senadores Antonio Carlos Valadares e Randolfe Rodrigues. Por parte da sociedade, além de visitas, recebem demonstrações de apoio através de mensagens na internet. "No nosso site, tem gente que deixa recado de apoio”, comenta.

Maria ainda lembra que as mobilizações dos estudantes não se restringem à capital federal. De acordo com ela, os que não puderam se deslocar até Brasília também realizam ações nos próprios estados.
No âmbito internacional, recebe apoio como a de Camila Vallejo, ex-presidenta da Federação dos Estudantes Chilenos (Fech), quem esteve no Brasil no último mês de agosto em apoio à demanda pelos 10% do PIB para a educação. Os estudantes brasileiros, juntamente com outros movimentos estudantis integrantes da Organização Continental Latino-Americana e Caribenha dos Estudantes (Oclae), também programam uma jornada internacional em defesa da educação com o objetivo de "mudar a educação na América Latina”.

Acompanhe as ações do acampamento em:www.une.com.br

sábado, 10 de dezembro de 2011

Memória: a necessidade premente de justiça

Do Vi o mundo

Alipio Freire: A herança do golpe civil-militar de 1964

por Alipio Freire, em Brasil de Fato
Memória
sem presente ou futuro
é nostalgia.
Ou narcisismo.
Para que levemos essa constatação em frente, é fundamental que, tendo em vista os trabalhos da Comissão da Verdade, nos organizemos todos para esclarecer aos trabalhadores e povo (povo=os explorados e oprimidos) – sobretudo os mais jovens, a respeito do golpe civil-militar de 1964; seus sujeitos políticos; a real ‘natureza’ de classe do programa e dos projetos dos golpistas; o sentido das violências desencadeadas contra os trabalhadores e o povo enquanto ponto programático dos golpistas; e todas as formas e propostas de resistência e/ou revolução que se levantaram contra o regime instaurado. Algumas dessas questões estão respondidas em cartilha do Núcleo de Preservação da Memória Política , ainda que muito mais necessite ser tratado.
Sobretudo, é fundamental que se esclareça como o programa levado a cabo pelos golpistas continua presente, ainda hoje, no nosso dia a dia. Sobre esta última questão, é necessário esclarecermos alguns pontos, dos quais citamos apenas três dos mais óbvios e simples:
1. Caso se mantivesse a política salarial do presidente João Goulart – deposto pelo grande capital internacional e seus aliados – o salário mínimo atual seria de R$ 2 800,00;
2. Se o programa das Reformas de Base, defendido pelo presidente Goulart e pelas forças populares e de esquerda houvesse sido aplicado, a Educação não teria sido privatizada. Ao invés disto, teríamos  ensino público, universal, gratuito e de boa qualidade em todos os níveis.
3. Teria sido feita uma reforma agrária nas terras às margens das rodovias, ferrovias e açudes.
Somente assim, acreditamos, começaremos a desconstruir as versões oficiais da nossa História recente; a transformar a questão da Verdade numa campanha massiva e, consequentemente, a questão da necessidade de Justiça numa reivindicação da grande maioria da nossa classe trabalhadora, do nosso povo, e das suas organizações e movimentos.
Alipio Freire, jornalista e escritor, integra o Conselho Editorial do Brasil de Fato e a direção do Núcleo de Preservação da Memória Política.
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